ABORTO, TROMBOFILIA E GESTAÇÃO

8 de abril de 2020

Você pode não imaginar, mas o seu sucesso gestacional depende do estabelecimento e da manutenção eficientes do sistema vascular útero-placentário. Segundo a angiologista e cirurgiã vascular Dra. Fernanda
Stroparo, alterações nesta rede relacionam-se com várias patologias gestacionais, como aborto, óbito fetal, restrição do crescimento intraútero, pré-eclâmpsia e descolamento prematuro da placenta.

“Entre elas, o abortamento espontâneo, precoce, recorrente, definido como duas ou mais perdas êmbrio-fetais consecutivas, afeta cerca de 2-3% das mulheres em idade fértil. Suas causas incluem fatores genéticos, anatômicos, microbiológicos, endócrinos, metabólicos e imunológicos. No entanto, em cerca de 50% dos casos não se identifica fator causal”, observa a angiologista.

Uma das doenças que pode ocasionar este problema (abortamento) é a trombofilia, que é a propensão a desenvolver trombose em qualquer período da vida, inclusive durante a gravidez, parto e pós-parto, devido a uma anomalia no sistema de coagulação do corpo. Ela pode ser hereditária ou adquirida. A maioria dos pacientes com trombofilia não apresenta nenhum sintoma.

Na gravidez existem maiores possibilidades de uma mulher com trombofilia apresentar complicações desta doença. As causas não são todas conhecidas, mas sabe-se que o fator genético da doença é uma delas. Entre as modificações do organismo da futura mamãe, há uma grande tendência de hipercoagulabilidade natural. Isso é fundamental para garantir que após o parto, a contração uterina e este estado de hipercoagulabilidade ajudem a encerrar o sangramento que acontece após a saída da placenta.

“Porém, pacientes portadores de trombofilia que apresentem situações de hipercoagulabilidade secundária, a exemplo da gravidez, poderão apresentar complicações pela formação de trombos. Assim, sua presença (trombofilia) aumenta o estado de hipercoagulabilidade da gestação, causando trombose no leito de vascularização placentária, levando a complicações obstétricas e perinatais, como abortamentos recorrentes e perdas fetais”, alerta a Dra. Fernanda.

Dessa forma, a especialista sugere a investigação de rotina para trombofilia em pacientes com história de abortamentos recorrentes e perdas fetais em gestações anteriores (que não apresentem um fator causal evidente), para realizar tratamento profilático, evitando, assim, os efeitos deletérios da associação entre gravidez e trombofilias.

Dra. Fernanda F. Cardoso Stroparo
Angiologista e Cirurgiã Vascular
CRM-PR 15811
Publicado na Revista Manual da Mamãe
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