Sensação de peso, cansaço e tensão nas pernas, formigamentos noturnos, câimbras na panturrilha e inchaço nos pés. As varizes são as principais responsáveis por esses incômodos na gestante. Há tempos já se observa a correlação entre a gravidez e o aparecimento de varizes e varicoses. Isso porque a gestação é considerada um fator desencadeante para o aparecimento desta doença, assim como há uma piora do quadro em sucessivas gestações - a segunda gestação apresenta um risco três vezes maior de desenvolvimento de varizes em relação à primeira.
“As varizes são extremamente comuns nessa fase devido às alterações hormonais, aumento do volume sanguíneo e seu acúmulo nos membros inferiores, e do aumento da capacidade de coagulação do sangue”, afirma a angiologista e cirurgiã vascular Dra. Fernanda Cardoso Stroparo.
A especialista explica que a doença varicosa na gestante aparecerá com maior frequência nas seguintes condições: história familiar de varizes (genética), doença venosa antes da gravidez, segunda gravidez, se a grávida ficar muito tempo em pé ou sentada (por exemplo no trabalho), sedentarismo e gestação na época do verão.
Para preveni-las, evite ganhar muito peso na gestação, faça exercícios regularmente conforme orientação do seu obstetra e use meia elástica, sempre com indicação e supervisão médica. Procure evitar sapatos de salto alto, mesmo sentindo-se confortável para usá-los, assim como evite permanecer muito tempo sentada ou em pé, intercalando a posição com caminhadas para estimular o fluxo sanguíneo.
“Recomendo que durante a gestação não seja realizado nenhum tratamento cirúrgico para as varizes, pois poderia colocar em risco a saúde do bebê. É aconselhável consultar um especialista no tema para que sejam feitas todas as orientações necessárias para que não ocorram complicações desta doença durante a gravidez, durante o parto e principalmente no pós-parto imediato, sendo a mais temida a trombose venosa profunda”, orienta a Dra. Fernanda.
Após o parto é comum que as varizes diminuam ou até mesmo desapareçam. Caso elas não regridam espontaneamente, a Dra. Fernanda aconselha que a mamãe busque ajuda do angiologista e cirurgião vascular. “Hoje existem tratamentos minimamente invasivos, muitos deles realizados no próprio consultório, permitindo rápido retorno às atividades cotidianas”, informa.
Dra. Fernanda F. Cardoso Stroparo
Angiologista e Cirurgiã Vascular
CRM-PR 15811
Publicado na Revista Manual da Mamãe
Anuário 2017 / Curitiba